80 anos desde a morte da magia de Federico García Lorca

Foto do autor Federico García Lorca. http://www.cervantes.es/bibliotecas_documentacion_espanol/biografias/tokio_federico_garcia_lorca.htm

Palestra em homenagem aos 80 anos da morte do ícone da literatura mundial, Federico García Lorca.

No dia 28 de abril de 2016, durante a celebração da 33º Feira do Livro realizada no colégio Miguel de Cervantes, os professores do departamento de língua espanhola, José Muñoz e Rafael Ruanova realizaram uma palestra em homenagem ao conhecido autor andaluz, Federico García Lorca. Tal apresentação foi realizada no teatro da instituição e dirigida aos alunos do Ensino Medio, principalmente do segundo e terceiro ano, como também ao grupo de professores do colégio.

No decorrer da palestra foram apresentadas diversas informações sobre a vida do autor, dentre as quais se pode destacar que, Federico García Lorca é considerado um autor que teve uma enorme influência literária no mundo inteiro. Em 1928 publica o conhecido “Romancero Gitano”, o qual ao mesmo tempo que foi elogiado por muitos, também causou uma enorme polemica, sendo que Salvador Dalí, uma das pessoas mais próximas do autor, afirmou que essa obra não encaixava no contexto no qual foi produzida (século XX) e que era uma obra “costumbrista”. Logo depois, em 1929 Lorca viaja pela primeira vez para os Estados Unidos, especificamente para Nova Iorque, onde começou a perceber que a sociedade, as infraestruturas, entre outras coisas, causavam nele um sentimento de angustia. Foi nesse momento que começou a escrever histórias sobre esta cidade, deixando de lado todas as coisas maravilhosas que são apresentadas nos filmes, e se focando principalmente nas partes “ruins” desse lugar; fazendo referência a tudo aquilo que é continuamente ignorado, apaixonando-se pela cultura negra presente no local (músicas blues, etc.). Partindo disso, criou uma de suas maiores e mais influentes obras que é “Poeta en Nueva York”.

Federico García Lorca foi um autor que teve uma enorme influência na literatura brasileira, já que foi a figura que representava uma ideia de liberdade no pais. Essa ideia não se viu afetada pelo fato de que, a obra de Garcia Lorca não foi publicada no Brasil até 1947, sendo que a obra traduzida só foi lançada no ano de 1957. A repercussão do autor no país foi tão significativa que foi na cidade de São Paulo que se criou o primeiro monumento em sua homenagem. Tal monumento passou por várias situações, desde a bomba que foi colocada, ao lado da figura por parte da “CCC”, durante a ditadura militar, por ser considerada uma imagem comunista, até ser colocado finalmente no museu de arte de São Paulo (MASP).

No espaço dirigido a formulação de perguntas por parte dos alunos sobre o tema apresentado, as perguntas mais frequentes, eram relacionadas à morte do autor, considerando que foi uma morte polemica; como afirmou o professor, José Muñoz, durante sua apresentação, existem várias teorias, dentre as quais se destacam, o fato dele ser homossexual que era considerado um delito não perdoável, como consequência de problemas territoriais e que era contra a as ideias fascistas, sendo que na mesma época se realizou o golpe militar na Espanha comandado por Franco. Frente a esta última situação, Lorca foi obrigado a fugir para a cidade de Granada, na qual, no dia 18 de agosto de 1936 foi executado.

Já no final da palestra os professores leram um poema sobre o autor, o qual causou certa comoção no público e citaram que, Federico Garcia Lorca é um autor que deve ser lido antes de ser estudado, pois é nessa primeira leitura que sua magia te leva a amar suas obras, como afirma Luis Buñuel Portolés, um dos máximos representantes do cine espanhol e internacional do século XX, e uma das pessoas mais próximas ao autor, “a obra maestra era ele”.